Nos últimos anos, a população de Belo Horizonte tem presenciado um aumento cada vez maior do número de ciclistas que pedalam pelas ruas da cidade, sobretudo como forma meio de transporte. Os motivos que levam as pessoas a optarem pela bicicleta são diversos: economia de tempo, de dinheiro, bem-estar, não ficar preso no trânsito, contribuir para uma cidade mais limpa e outros tantos. Diversos, também, são os perfis dessas pessoas, impossíveis de serem definidos e delimitados por quaisquer características. Talvez a única coisa em comum entre todas elas seja o amor pela bicicleta. Fora isso, há de tudo: jovens, idosos, mulheres, crianças, trabalhadores, estudantes e por aí vai.

Uma prática que vem ocorrendo na capital mineira por parte de alguns ciclistas apaixonados não somente pela bicicleta, mas também pela fotografia, é o registro, por meio das lentes das câmeras, de ciclistas urbanos flagrados em seus deslocamentos cotidianos. As imagens registradas revelam com naturalidade e beleza o mundo sobre duas rodas que existe em todas as esquinas, avenidas, ruas e ciclovias da cidade; mundo este que muitas vezes parece invisível ao motorista do carro, mas aos poucos vem firmando sua presença no imaginário urbano dos moradores de Belo Horizonte.

A página do facebook BH Pedala, que existe desde novembro de 2013, é um repositório de inúmeras imagens que, como a própria descrição da página diz, vêm “provando de uma vez por todas que BH não só é uma cidade que aceita a bicicleta como meio de transporte, mas que os ciclistas estão por todas as partes!”. As magrelas e seus donos são registradas em diversas partes da cidade, em situações e ângulos os mais diferentes. Se você pedala, mas ainda não deu uma das 384 curtidas que a página tem, não perca tempo, pois a qualquer momento pode ser você o ciclista flagrado.

Foto: Gabriel Castro

Foto: Gabriel Castro

Outro trabalho fotográfico muito interessante é o do ciclista Tulio Borges. Em seu álbum “Bicicleteiros”, no Flickr, que ele próprio chama de um “ensaio amador sobre os ciclistas urbanos de Belo Horizonte”, lindas imagens em preto e branco mostram a pluralidade de tipos, cores, gêneros e idades dos belo-horizontinos que estão ocupando as ruas da cidade com suas magrelas. Um detalhe especial do álbum é o registro do nome, idade e ocupação dos ciclistas fotografados, que aguça ainda mais a imaginação do espectador sobre o universo da bicicleta que vem sendo revelado por essas câmeras.

Foto: Tulio Borges

Foto: Tulio Borges

Seguindo uma linha um pouco mais específica, a página BH Cycle Chic, que também conta com um blog, apresenta fotografias de ciclistas que pedalam “com estilo e sem roupas esportivas em BH”. Inspirado em movimentos mundiais do gênero, as fotos ajudam a desconstruir certos estereótipos comuns na nossa sociedade de que pessoas que usam a bicicleta para se locomoverem são quase sempre esportistas suados ou competidores. Os registros das mulheres chamam especial atenção, pois além de transmitirem muito charme sobre as duas rodas, as ciclistas são uma grande prova de que Belo Horizonte vem se tornando, cada dia mais, uma cidade receptível às bicicletas.

Foto: Gil Sotero

Foto: Gil Sotero

Fotografia e ciclismo, de fato, são duas práticas que combinam muito. Para comprovar isso, o Pedal da Madruga: mochila nas costas e fotografia noturna reúne pessoas que gostam de pedalar, de tirar fotos e encontrar os amigos – de preferência, fazendo tudo isso junto. O encontro não tem periodicidade  definida, mas os interessados podem acompanhar os combinados pelo grupo do Facebook.

Sabe de mais alguma iniciativa do tipo?! Envie para nós pelo e-mail bhemciclo@gmail.com.