Socializando o Ciclo 2016 Episódio 1

Aconteceu no dia 28/04 na Escola Estadual Amelia Josefina Keesen, no bairro Nova Suiça, na região Oeste, a primeira atividade do projeto #socializandoociclo de 2016.

Esse projeto, da BH em Ciclo, consiste em ir à escolas públicas nas nove regiões da cidade para falar sobre como a bicicleta pode ser um instrumento de emponderamento, autonomia e cidadania.

A experiência que se seguiu foi bem mais emocionante do que esperávamos.

 

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Fizemos atividades com duas turmas, com 50 minutos pra cada. A segunda turma, que era menor, com cerca de 24 alunos, permitiu uma maior integração, com uma intensa participação dos alunos e uma rica troca de experiências.

Levamos um material formatado em um modelo que permitia uma interação e pretendia instigar as crianças.

 

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Conseguimos esse objetivo em grande parte do tempo, mas como esse processo é de aprendizado, saímos de lá cheios de ideias para aprimorar os nossos materiais e métodos.

 
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Algumas alunas se manifestaram trazendo relatos de experiências relacionadas à bicicleta.

A Izabele, de 14 anos, nos contou sobre um atropelamento que seu irmão sofreu em um cruzamento do bairro, quando um motorista avançou o sinal de pare.

Ela disse que o motorista apesar do ocorrido, entrou em contato com a mãe deles para pedir “ressarcimento dos danos ao seu carro”, a orientamos sobre seus direitos, sobre o direito do irmão de andar de bicicleta na rua e sobre a sua preferência sobre os outros veículos. Ela ficou surpresa e absorveu bem as informações. Em outra situação parecida, provavelmente agirá de forma completamente diferente e ou saberá orientar um amigo.

A Ana Luiza, de 14 anos, nos contou que uma vez foi ameaçada por um motorista quando pedalava por uma avenida próxima à escola. Como ela, os outros meninos não sabiam que eles tem o direito de estar de bicicleta nas ruas, se sentem intrusos nas vias, fato que é muito comum, inclusive entre ciclistas mais experientes.

A Izabele ainda foi mais longe e nos questionou: se a bicicleta é um veículo previsto no CTB, porque ela tem que andar em vias exclusivas? Ela apresentou uma inquietude que é a de muito ciclo ativista com muitas horas de ppt. Porque todas as vias não são vias cicláveis? É por isso que também batalhamos.

Gostaríamos de agradecer muito à Simone, diretora da escola, que nos abriu as portas, demonstrando muito entusiasmo pelo potencial do nosso projeto, ao professor de Educação Física Éverton, que nos deu um suporte importantíssimo de última hora, e principalmente aos alunos que nos deram o privilégio de compartilhar com eles algumas horas de uma troca emocionante de experiências.

Esse Socializando o Ciclo vai dar um caldo.