Dez cidades do Brasil (Niterói, Aracaju, Brasília, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo), incluindo Belo Horizonte participaram de uma pesquisa com ciclistas, cujo objetivo é gerar uma base de dados locais e, sobretudo, possibilitar a comparação entre cidades. A pesquisa tem a coordenação da Transporte Ativo e conta com apoio do Observatório das Metrópoles.
Abaixo, a BH em Ciclo apresenta os resultados preliminares da pesquisa e sua comparação com os dados nacionais. No final de novembro, todos os dados serão apresentados publicamente em um evento no Rio de Janeiro e Belo Horizonte estará representada.
Em Belo Horizonte, 33,5% parte das pessoas entrevistadas utiliza a bicicleta cinco vezes por semana. Já 26,6% o faz todos os dias. Do total, 11,2% usam a magrela três vezes por semana. Os dados são semelhantes à média nacional: 31,4% (5x), 28,1% (7x) e 9,6% (3x). Na média nacional, o uso da bicicleta seis vezes por semana está em terceiro lugar, diferentemente de Belo Horizonte (4º com 10,9% das respostas).
A grande maioria das pessoas que pedalam em Belo Horizonte (76,9%) não esteve envolvida em um acidente de trânsito enquanto pedalava. Ainda que um pouco abaixo, o percentual da capital mineira corresponde com a média nacional (79,1%).
Em Belo Horizonte, apenas 14,4% dos ciclistas utilizam a bicicleta em combinação com outros modos de transporte. No Brasil, 26,2% dos ciclistas têm essa prática. A pesquisa Descobrindo como #BHPedala, também realizada pela BH em Ciclo, mas com foco apenas em Belo Horizonte e com outras perguntas, identificou que 91,93% das pessoas usaria o transporte coletivo se pudessem ir de bicicleta até uma estação e estacioná-la em um local e em segurança.
Os dados relativos à escolaridade dos ciclistas de Belo Horizonte são bastante semelhantes aos nacionais.
| Escolaridade/Amostra | Belo Horizonte | Brasil |
| Sem instrução* | 1,3% | 4,8% |
| Ensino Fundamental | 21,5% | 22,8% |
| Ensino Médio | 43,9% | 42,5% |
| Ensino Superior | 26,3% | 23,4% |
| Pós-Graduação | 5,1% | 4,9% |
| Sem informação (resposta) | 1,9% | 1,6% |
*a BH em Ciclo compreende que instrução não é o melhor termo a ser usado, nesse caso. Para tal, usaremos “Sem instrução” como sinônimo de “Sem formação escolar”.
Como nas demais perguntas, os dados relativos a Belo Horizonte e Brasil são semelhantes. A maior parte das pessoas (56,4%) pedala de 10 até 30 minutos em seus trajetos mais frequentes. Esse dado nos indica, pela velocidade média de uma bicicleta, que estas pessoas (a maioria) pedalam entre 2km e 8km. Além delas, 23,1% pedala entre 30 minutos e uma hora, o que indica que quase ¼ das pessoas pedalam entre 8km e 20km.
| Tempo/Amostra | Belo Horizonte | Brasil |
| Até 10 minutos | 9,6% | 14,1% |
| Mais de 10 min até 30 min | 56,4% | 56,2% |
| Mais de 30 min até 1h | 23,1% | 22,8% |
| Mais de 1h | 2,9% | 4,8% |
| Sem resposta/Não sabe | 8% | 2,1% |
Seguindo a tendência, os dados da faixa etária de quem pedala em Belo Horizonte são proporcionais aos da média nacional, mas é interessante notar que, ainda que ligeiramente, quem pedala em Belo Horizonte é um público ligeiramente mais jovem que na média nacional. Importante também ressaltar que nenhum dos entrevistados tinha menos de 14 anos em Belo Horizonte. Tal dado demonstra a importância de se ter uma política de mobilidade urbana por bicicletas que contemple crianças e jovens e contribua para autonomia destes com relação às suas escolhas de deslocamento, conforme vem sendo feito em várias cidades do mundo.
Na pesquisa ‘Descobrindo como #BHPedala’, 64% das pessoas tinham entre 25 e 39 anos. Tais dados correspondem os desta pesquisa.
| Faixa etária/Amostra | Belo Horizonte | Brasil |
| Até 14 anos | 0% | 0,2% |
| 15 a 24 anos | 25,8% | 20,1 |
| 25 a 34 anos | 36,4% | 34,3% |
| 35 a 44 anos | 17,6% | 23,7% |
| 45 a 54 anos | 12,5% | 13,8% |
| 55 a 64 anos | 4,3% | 5,6% |
| 65 e mais | 1,6% | 1,4% |
| Sem resposta | 1,8% | 0,9% |
Os dados relativos à renda dos ciclistas no Brasil e em Belo Horizonte continuaram seguindo a tendência e são equivalentes. A maior parte dos ciclistas da cidade (50,7%) ganham entre 1 e 3 salários mínimos.
Nessa pergunta, deve-se atentar ao alto índices de “sem resposta” no Brasil. Tal fator pode indicar outro cenário no que tange à distribuição de renda dos ciclistas de uma forma geral no país.
SM = Salário(s) mínimo(s)
| Faixa de renda/Amostra | Belo Horizonte | Brasil |
| Até 1 SM | 9% | 12,9% |
| De 1 a 2 SM | 33% | 30% |
| De 2 a 3 SM | 20,7% | 17% |
| De 3 a 5 SM | 10,9% | 10,4% |
| De 5 a 10 SM | 6,6% | 7,4% |
| Acima de 10 SM | 1,3% | 4,1% |
| Sem renda | 6,9% | 7,3% |
| Sem resposta | 0% | 10,8% |