Após uma análise criteriosa de todos os Programas de Governo das e dos candidatas à prefeitura de Belo Horizonte que foram registrados no TSE – são documentos legais, a partir disso -, a Equipe da campanha #D1Passo verificou o quão aquém das necessidades da cidade estão situadas as medidas concernentes à questão da mobilidade urbana na próxima gestão. São propostas generalistas em alguns programas, que não apontam o caminho para a sua implementação e deixam largo espaço para o gestor agir como bem entender.
Temos propostas que propõem avanços concretos rumo à mobilidade urbana sustentável, mas que ao mesmo tempo são tímidos demais diante da situação calamitosa em que se encontra a mobilidade na capital mineira.
Temos, por fim, programas que ignoram por completo e de forma deliberada a questão, como se a mobilidade urbana não consistisse em problema estrutural e grave de uma cidade que tende, cada vez mais, a parar.
No primeiro debate televisivo, exibido pela Rede Bandeirantes no dia 30/08, por sua vez, assistimos a um show de desinformação e de senso comum do mais raso. Algumas declarações, inclusive, estavam aquém das propostas presentes nos programas de governo para a mobilidade urbana, o que nos faz perguntar se os candidatos conhecem de fato quais são as suas próprias propostas!
Questionamos a ideia de que são “muito caros” os investimentos nessa área, por isso, a campanha #D1Passo procura sensibilizar os candidatos e a população, trazendo informações para os debates eleitorais. Isto porque a mobilidade urbana sustentável é requisito fundamental para que os moradores da cidade usufruam dos diretos à saúde, educação, à cidade e outros tantos inerentes à cidadania.
É insuficiente a discussão sobre gestão de saúde que não ignore o elevado nível de colisões, atropelamentos e mortes provocados pelo estímulo ao uso de carros particulares, ou a emissão de gases e partículas poluentes causada pelo mesmo tipo de visão, além do estímulo à vida sedentária decorrente da carrocracia. Não há discussão de segurança que deixe de lado o direito das pessoas de ocuparem as ruas, praças e calçadas, garantindo o acesso aos espaços da cidade. Não há direito ao lazer sem que se leve em conta a capacidade dos moradores da cidade de acessarem os espaços destinados a isso e a construírem outros tantos, como o caso dos parklets e vagas vivas. Enfim, não há o direito à cidade, sem que se proporcione às pessoas os meios para dela usufruir.
A campanha #D1Passo está levando a cada candidato um programa de governo temático, sobre mobilidade urbana sustentável, com propostas concretas e viáveis que, invertendo a lógica atual, priorizam o transporte ativo e coletivo, tornando as políticas do setor, além de mais sustentáveis, mais baratas. O custo com melhorias no transporte público e com o estímulo ao uso de bicicletas e ao caminhar não é superior ao custo da duplicação e abertura de vias, nem tampouco da construção de viadutos e elevados, soluções paliativas para absorver mais e mais carros na cidade sem melhorar a mobilidade.
Precisamos de sua ajuda para pressionar os candidatos a incorporaremos pontos de nosso programa junto ao TSE e de firmarem compromissos públicos quanto à sua implementação.
Conheça as nossas propostas, publique o nosso material nas redes sociais, entre em contato com os candidatos e candidatas. Lutemos por uma cidade mais limpa, segura e justa!
* Texto retirado do site do #D1Passo, campanha que BH em Ciclo integra.