Nesse fim de semana, alguns integrantes da BH em Ciclo arrumaram as malas e foram para São Paulo participar do Grande Encontro do Laboratório de Mobilidade promovido pela Escola de Ativismo! Outros coletivos de Belo Horizonte, São Paulo e Recife também estavam presentes.

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Desde o ano passado, a Escola de Ativismo trabalha com coletivos de mobilidade urbana de Belo Horizonte, São Paulo e Recife com o objetivo de facilitar processos de aprendizagem que ajudem esses coletivos a colocar as suas ideias em prática. Na nossa cidade, a Escola reuniu BH em Ciclo, Bike Anjo, Nossa BH e Tarifa Zero BH. Juntos, desenvolvemos a campanha #D1Passo, que busca priorizar a mobilidade urbana sustentável no debate eleitoral e pretende que propostas concretas sejam incorporadas em todos os programas de governo das candidatas e candidatos à prefeitura de Belo Horizonte.

As atividades do Grande Encontro começaram no sábado, com uma avaliação sobre o trabalho desenvolvido com a Escola de Ativismo e junto aos coletivos da mesma cidade. Durante a dinâmica ficou claro que todos os coletivos aprenderam a planejar melhor as ações, a negociar e consensuar as atividades e a e a respeitar o trabalho dos outros coletivos, entendendo a importância de ações conjuntas quando a pauta precisa força.

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A tarde foi a vez de cada cidade apresentar as ações desenvolvidas ao longo do ano. Conhecemos uma série de projetos interessante nesse processo. Os coletivos de Recife realizaram duas ações. A primeira foi a realização da Conferência Livre de Mobilidade do Recife (nesse link), com o objetivo de reunir diversos atores que pensam o tema na cidade e para discutir como chegar a uma mobilidade com controle social, menos corrupção, obras, ações e infraestruturas mais efetivas e transporte que não seja bancado unicamente pelos usuários. Uma das propostas era a de incidir no Plano de Mobilidade do Recife para propor soluções e pautar os candidatos às eleições 2016 de Recife.

O outro projeto é o Basta de Mortes no Trânsito (nesse link), um site que traz números e notícias sobre acidentes nas vias, histórias das vítimas e propostas de como reduzir esses números. Para se ter uma ideia, segundo dados de 2014, morrem 24 pessoas a cada 100 mil habitantes em Recife, um total de 384 vítimas.

Os coletivos de São Paulo também realizaram dois projetos. O primeiro foi o movimento #OcupaCMTT que disputou e conquistou 20 cadeiras no Conselho Municipal de Transporte e Trânsito de São Paulo, onde são discutidas todas as medidas relativas ao tema. A composição do Conselho vai defender os interesses de pedestres, ciclistas e usuários do transporte coletivo.

O segundo projeto foi o trabalho de articulação para a implantação de ruas abertas em São Paulo. A rua aberta é a proposta de fechamento das vias para a passagem de carros e outros veículos motorizados para que fiquem livres para o uso de pedestres e pessoas com veículos não-motorizados, como bicicletas, skates e patins. O projeto está em andamento.

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No domingo foi a vez de conversarmos sobre a conjuntura política brasileira com a presença de Rebeca Lerer, ativista que, atualmente, trabalha com a Anistia Internacional no desenvolvimento de campanhas de mobilização, e Túlio Malaspina, jornalista e integrante da Escola de Ativismo. Foi um debate muito rico sobre o potencial de ação dos movimentos da esquerda brasileira.

Voltamos para Belo Horizonte mais articulados e ainda mais inspirados! Obrigada a todos os coletivos participantes e à Escola de Ativismo por proporcionar o encontro!

*Fotos: Guilherme Tampieri