Nas últimas semanas, a BH em Ciclo realizou o Debate Virtual, que tinha como objetivo criar um debate entre as candidatas e os candidatos à prefeitura de Belo Horizonte sobre a bicicleta.
Para isso, fizemos 6 perguntas breves sobre a realidade da bicicleta em Belo Horizonte e enviamos para todos os gabinetes, que tiveram 6 dias para nos responder. Em seguida, enviamos as repostas para outra candidata ou candidato (por meio de sorteio) para que comentasse a resposta. Os gabinetes tiveram, então, mais 4 dias para comentar.
Das 11 candidaturas, 3 não participaram de nenhuma das etapas do debate: Eros Biondini (Pros), João Leite (PSDB) e Sargento Rodrigues (PDT). Das 8 candidaturas que responderam às perguntas na primeira etapa, 4 não deram retorno na segunda etapa: Reginaldo Lopes (PT), Rodrigo Pacheco (PMDB), Luis Tibé (PT do B) e Marcelo Álvaro Antônio (PR). Assim, apenas Maria da Consolação (Psol), Vanessa Portugal (PSTU), Alexandre Kalil (PHS) e Délio Malheiros (PSD) participaram de todas as etapas do Debate Virtual.
A ação está inserida no contexto da campanha Bicicleta nas Eleições, uma campanha nacional proposta pela UCB (União de Ciclistas do Brasil) que busca inserir a bicicleta no debate eleitoral.
Abaixo, as cidadãs e os cidadãos de Belo Horizonte podem ler os comentários que as candidatas e candidatos à prefeitura de Belo Horizonte fizeram às respostas de outros candidatos. Nesse link, é possível ver a primeira etapa do debate, com as respostas das 8 candidatas e candidatos quando o assunto é bicicleta!
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Maria da Consolação – RESPONDE – Reginaldo Lopes
O candidato Reginaldo Lopes, em suas respostas, não aborda o fato de que o BH Bike é um serviço pago e que serve para obrigar o usuário a realizar a propaganda da marca de um dos maiores bancos brasileiros pela cidade. O candidato também não faz qualquer crítica ao modelo de parceria público-privada que o atual BH Bike representa. A ampliação das ciclovias é apenas mencionada, de forma tímida, ao final da resposta e não parece ser esse o foco das propostas do candidato. As respostas do candidato são evasivas e dão a entender que ele nada fará de diferente ou inovador em comparação à atual gestão (Lacerda) no campo do transporte cicloviário.
Vanessa Portugal – RESPONDE – Alexandre Kalil
Como coloquei nas minhas respostas. Acredito que, como em outras áreas, Belo Horizonte possui graves problemas de mobilidade fruto de um modelo de gestão da cidade que se baseia em interesses de determinados grupos econômicos em detrimento da maioria da população. A industria automobilística, empresas de transporte e empreiteiras se beneficiaram estrondosamente com o modelo desenvolvido.Neste momento, o grau de atrelamento do estado à iniciativa privada é tão grande, que nem medidas aparentemente simples conseguem ser realizadas sem que haja disposição de um grande enfrentamento. É urgente que a máfia dos transportes de BH seja enfrentada, temos que diminuir o número de carros nas ruas e só é possível fazermos isto se o transporte coletivo de massas atender as necessidades da população. Transportes como o metrô e o VLT precisam ser implementados em BH; o transporte rodoviário precisa ser municipalizado, para que possamos implementar a tarifa zero e utilizar os recursos públicos não para gerar lucro para um grupo de grandes empresas e empresas e sim para ampliar melhorar as ciclovias e a qualidade do transporte de massas ofertado. As campanhas educativas e de incentivo ao uso da bicicleta devem são muito necessária, mas se realizadas sem medidas concretas de melhoria no transporte de massas terão mais efeito de propaganda para o governante de plantão do que qualquer outra coisa.
Alexandre Kalil – RESPONDE – Délio Malheiros
1. O candidato conhece o GT… Muito bem. Faltou colocar em prática com mais cuidado o que o GT propõe.
2. A prefeitura ficou muito aquém de cumprir o orçamento previsto para o tema nos últimos anos…
3. Que bom. Ao menos isso.
4. Se o orçamento para o tema fosse cumprido, veríamos ainda mais gente utilizando bicicletas…
5. Deveriam perguntar qual a porcentagem do orçamento previsto não utilizado para ver se o candidato sabe.
6. Não fez antes e está prometendo que vai fazer agora. Uma esculhambação com o ciclista da cidade.
Délio Malheiros – RESPONDE – Luis Tibé
1. Concordamos com o candidato Tibé, no sentido do programa ser importante para o diálogo da mobilidade em BH. O Grupo de Trabalho Pedala BH, possibilita a realização de ações, em prol do uso das bicicletas, com base em decisões consensuais entre poder público e usuários. Reconhecemos os benefícios do uso da bicicleta como meio de transporte para a cidade e para os cidadãos. Além de desafogar o trânsito, a bicicleta não polui, promove a melhoria da saúde de quem pedala, é um veículo de baixo custo de aquisição e de manutenção, é silencioso e flexível em seus deslocamentos.
2. O candidato conhece o programa porque o Bike BH já faz sucesso na capital. Atuando como secretário municipal de Meio Ambiente, acompanhei diversas ações para fomentar o uso de transportes sustentáveis. O Bike BH é uma delas. Por meio desse projeto, que é realizado em parceria com o banco Itaú e a empresa Serttel, foram disponibilizadas 400 bicicletas distribuídas em 40 estações estrategicamente localizadas na cidade. É mais um incentivo para que as pessoas possam deslocar pequenas distâncias, com baixo custo, não poluindo a cidade e ainda praticando uma vida ainda mais saudável.
3. Gostaria de convidar o candidato para usar as bicicletas disponíveis em uma das 40 estações da cidade.
4. Como o candidato não utilizou, gostaria de mostrar minha posição sobre o Sistema. Com minha experiência, posso afirmar que o deslocamento foi facilitado, principalmente porque o usuário pode completar seu trajeto com outros meios de transporte, levando a bicicleta no Move e/ou no metrô, por exemplo. Reconhecemos, no entanto, que é preciso continuar trabalhando para poder ampliar as rotas para os ciclistas e o número de estações, além de aperfeiçoar a manutenção das bicicletas. Já estamos trabalhando para isso.
5. Todos os dados referentes à mobilidade constam no Plano de Mobilidade Urbana e estão disponíveis no Portal de Transparência e Acesso à Informação. Os valores estão especificados no Programa Transporte Seguro e Sustentável.
6. Concordo com o candidato que é preciso estender o programa para diversos pontos da cidade e conectar as ciclovias, mas sempre de acordo com a demanda. A cidade com acessibilidade universal, física e econômica se reverte em garantia de maior independência para alguns e em benefício para todos, pois contempla a redução das barreiras que comprometem o acesso de parte dos cidadãos às oportunidades que a cidade oferece, com requisitos universais de segurança, conforto e direitos, promovendo a justiça social.
Achamos importante ressaltar a necessidade de se articular a criação de sistemas de informação (por aplicativo e internet) que permitam, em tempo real, a localização dos paraciclos, ciclovias, oficinas, pontos de apoio, disponibilizando informações em plataforma aberta. Trabalhamos para atingir a meta de implantação de 400 quilômetros de rotas cicláveis até 2020. Com isso, a expectativa é que 6% de todos os deslocamentos da capital se deem por meio do uso da bicicleta.