Continuando as matérias sobre os problemas das ciclovias e ciclofaixas em obras em Belo Horizonte, a BH em Ciclo falará do caso da ciclofaixa da rua Fernandes Tourinho.

Rua Fernandes Tourinho no quarteirão com rua Levindo Lopes. Foto Juliane Rocha

Rua Fernandes Tourinho no quarteirão com rua Levindo Lopes. Foto: Juliane Rocha

O conjunto de ciclofaixas que inicia na rua Fernandes Tourinho e termina na rua Rio de Janeiro (passando pelo bairro de Lourdes, rua São Paulo) foi planejado de uma forma (ciclovia segregada, do lado direito da via e em sentido duplo) e, na hora da execução, feito de conforme o modelo de ciclofaixa menos recomendado pelo Caderno Bicicleta Brasil do Ministério das Cidades (ciclofaixa sem segragação física, do lado esquerdo da via, antes do estacionamento e em mão dupla).  

O modelo adotado pela BHTrans é indicado apenas para ruas de pouco tráfego motorizado, onde a velocidade seja abaixo de 30km/h. Ambos os pré-requisitos não correspondem à realidade da Fernandes Tourinho. No início de 2013, a BHTrans, após críticas dos ciclistas, assumiu a responsabilidade de, quando houvesse recapeamento da Fernandes Tourinho, haveria adequação da estrutura cicloviária ao projeto inicial: ciclovia, segregada, por definição, do lado direito da via, em mão dupla.

Rua Fernandes Tourinho no quarteirão com rua da Bahia. Foto:  Juliane Rocha

Rua Fernandes Tourinho no quarteirão com rua da Bahia. Foto: Juliane Rocha

Neste mês, o quarteirão entre rua Levindo Lopes e da Bahia foi recapeado. No entanto, não há nenhuma sinalização sobre a obra, conforme prevê o CTB, proposição de rotas alternativas com garantia de segurança aos usuários da via e indicação de que a ciclovia será construída utilizando outro modelo de estrutura cicloviária.

Quarteirão da rua Fernandes Tourinho entre rua da Bahia e rua Levindo Lopes. Foto: Juliane Rocha

Quarteirão da rua Fernandes Tourinho entre rua da Bahia e rua Levindo Lopes. Foto: Juliane Rocha

Nesta reportagem do MGTV, a BHTrans admite os erros de implantação, e mais uma vez promete a adequação dos erros de ciclovias e ciclofaixas para após o recapeamento. Pela falta de sinalização neste quarteirão, o ciclista, que trafegava pelo lado esquerdo da via, deverá se deslocar para o lado direto durante este quarteirão, correndo risco de cruzar o fluxo de veículos, e, ao final do trecho, se deslocar para o lado esquerdo novamente, seguindo o fluxo da ciclofaixa que ainda está presente no quarteirão seguinte.

A BH em Ciclo recomenda que o ciclista não tente pedalar pela contramão (trecho recapeado e sem ciclovia) neste quarteirão, até que se defina a situação da obra. Infelizmente, o mais prejudicado com toda a situação é o ciclista que trafega pelo trecho. 

A próxima matéria será sobre a ciclovia da orla da Lagoa da Pampulha.

Como registrar reclamações na Prefeitura?

No sistema SACWeb da Prefeitura há várias áreas e assuntos para se fazer solicitações e reclamações. Mas não há nenhum item que trate das estruturas cicloviárias, por exemplo Manutenção de Ciclovias. Sugerimos utilizar o item Operação de Trânsito para Realização de Obras em Via Pública, até que se tenha um formulário mais próximo.

Ainda, faça contato com a regional da PBH, com o seu vereador, solicitando providências. 

Outra opção é entrar no GT Pedala BH (grupo de e-mail) e enviar uma mensagem aos representantes da prefeitura que fazem parte do grupo.

A BH em Ciclo

A BH em Ciclo continua seu trabalho de buscar informações, dialogar, articular e pressionar o poder público a adotar boas práticas nas políticas de mobilidade por bicicleta. Conheça nossas áreas de atuação, entre em contato conosco pelo bhemciclo@gmail.com e participe daquela que mais lhe agradar. A Associação precisa de voluntários para que nossas atividades tenham maior abrangência e alcance social. Assim, contribuiremos mais ainda para uma cidade mais amiga da bicicleta.