Rolou o BH BiciFest 2023. E rolou demais, inclusive!
Construído por vários coletivos da cidade, o festival sobre mobilidade ativa em Belo Horizonte celebrou a cultura da bicicleta e promoveu diversos diálogos essenciais para a mobilidade urbana da e na capital mineira, em sua segunda edição, com festa, formação e política!
O festival ganhou as ruas de BH nos dias, 1, 2 e 3 de junho. No dia 1º de junho, às 18h30, no auditório da Faculdade Arnaldo, aconteceu a exibição do curta-metragem, “Belo Horizonte, Mulheres e Bicicleta“, de Maria Mourão, com partipação da diretora.
Às 19h, rolou a mesa de abertura, com diálogo a respeito do tema “Direito à cidade para quem?“. A conversa foi um espaço de diálogo, compreensão e cooperação de temas que contribuem para nossa construção de uma cidade mais inclusiva para todas as pessoas.
A mesa contou com as presença de Poliana, do MLB, que falou sobre a intersecção entre o direito à cidade e o direito à moradia. Em seguida, Cida Falabella,vereadora em BH, falou sobre o direito à cidade e o direito à cultura: como acessá-los, numa cidade com passagem a R$ 6,00, com pouca infraestrutura cicloviária. Cida também resgatou sua participação no primeiro BHBiciFest, em 2016, e compartilhou com os presentes alguns dos aprendizados de lá para cá. A mesa contou também com a presença de Luana Costa, do Movimento Nossa BH, que orientou sua fala a partir dos desafios existentes para a construção de políticas públicas mais inclusivas às mulheres, em especial às negras, a partir de um olhar de movimentos e organizações. Ela também partilhou o caso de sucesso que o Nossa BH teve com aprovação de emendas parlamentares para um projeto ligado às questões da mobilidade e de gênero. Maria Mourão, diretora do documentário, também participou da mesa e partilhou com os presentes sua experiência de direção de um filme sobre mulheres, bicicletas e a cidade de Belo Horizonte. A mediação da mesa foi feita por Andreza Barroso, da BH em Ciclo.
Natália Almeida, psicóloga e ciclista, partilhou conosco suas impressões sobre a mesa do primeiro dia do BH BiciFest 2023:
A mesa foi composta por mulheres incríveis, trouxe temas como as ocupações urbanas, o uso da bicicleta nas periferias, o medo e a coragem da mulher ciclista em BH, as reformas urbanas que priorizam áreas centrais em detrimento das periferias e a importância da bicicleta como ferramenta de ocupação da cidade foram discutidas com entusiasmo. As palestrantes trouxeram à tona a realidade da bicicleta vivenciada pelas comunidades periféricas e destacaram a necessidade de promover equidade e acessibilidade, para que todos os cidadãos tenham garantidos os seus direitos e oportunidades na construção e no desfrute da cidade. Foi uma verdadeira aula, uma emoção gigante, um presente!
No dia 2, às 18h, também no auditório da Faculdade Arnaldo, aconteceu a exposição, “Bicicletas Belo Horizontinas”, de pinturas em aquarelas do artista plástico e ciclista, Daniel de Carvalho. Em seguida, às 19h, o BH BiciFest promoveu uma mesa sobre o tema “Emergência e justiça climática: sinônimos de luta coletiva”, no sentido de colocar em diálogo estratégias para promover a mobilidade sustentável em BH.
A mesa contou com a presença de Eveline Trevisan, pela BHTRANS. Eveline contou um pouco sobre os desafios de se pensar e gerir uma política de mobilidade por bicicleta em Belo Horizonte e fez anúncios importantes de obras futuras que acontecerão na cidade. Em breve, falaremos mais disso! A mesa também contou com Juliana Minardi, idealizadora do Mata do Jardim América, que falou da experiência luta pela mata. A deputada federal e ex-vereadora de BH Duda Salabert que há na esfera federal, em termos de grandes políticas, que podem nos dar esperança de que o Brasil poderá endereçar as mudanças climáticas e como podemos trazer isso para Belo Horizonte. A mesa foi mediada por Marcelo Amaral, do Movimento Nossa BH.
Após a mesa, ainda na sexta-feira, rolou o grandioso, colorido e quentíssimo Bloco da Bicicletinha!
Para Andreza Barroso Gonçalves, professora do campo da Educação e Linguagem, educadora, cicloativista e produtora do BH BiciFest 2023
Foi muito lindo ter vivenciado e participado desde a decisão de fazer o BH BiciFest com recursos escassos, até ver como o evento foi tomando corpo, conforme as pessoas iam se envolvendo. Mais do que nunca, estou firme no propósito e na utopia de uma cidade amiga das pessoas, amiga das e dos ciclistas e pedestres, que pense inclua as questões que envolvem a vida de indivíduos que pertencem a grupos sociais que são maioria minoritarizados, que pensa no transporte público de qualidade e gratuito, que pense nos usos da bicicleta – em especial, a bicicleta como mudança social para nós, mulheres.
No terceiro dia do festival, 03 de junho, coincidentemente (ou não) Dia Mundial da Bicicleta, a avenida Brasil, entre os números 41 e 161, esteve aberta (sem trânsito de motocicletas e carros!) para as pessoas o dia todo, das 9h às 20h, com várias atividades. Tivemos Ciclo Feira, Escola Bike Anjo, Jogos de Bike, bate-papo, músicas e muito mais! Entre esse “muito mais” está a terceira mesa do festival, falando sobre áudiovisual e bicicleta. Tivemos uma sessão do filme Mama Agatha e depois um espaço de diálogo sobre os filme e além dele com as pessoas presentes.
Paulo Chagas, associado da BH em Ciclo e integrante da rede Bike Anjo BH, contou para gente suas impressões gerais sobre o BH BiciFest 2023.
Muito Feliz com o comprometimento da Duda pela Causa da Bike, atento com o Alerta da Juliana sobre a emergência climática, de olho nas colocações da Eveline, compromissado com a Luana e a Poliana em levar as oficinas do Bike Anjo para fora da região Central inclusive com trabalho em escolas motivando também as professoras a pedalarem,é Bastante feliz e comovido com o resultado da festa, é mais feliz ainda com os 22 atendimentos da oficina Bike Anjo, onde os depoimentos são corriqueiros, mas sempre surpreendentes como uma senhora que conseguiu pedalar depois de ter sofrido dois AVCs e da mãe do garoto de 12 anos com grau leve de transtorno do espectro do autismo. Ambos saíram pedalando.
Seguiremos pedalando, até o próximo BH BiciFest e além. Assista ao vídeo oficial do BH BiciFest 2023!
Quer ver as fotos? Clique AQUI.
PRESTAÇÃO DE CONTAS:
Na BH em Ciclo, prezamos pela transparência em todos os processos. Por isso, deixamos pública os gastos que tivemos com o festival: https://docs.google.com/spreadsheets/d/18Tx1g1zwsCdze-D5BhsZbEqsUIJdTIEEWJnLfw1FeoE/edit?usp=sharing
MENSAGEM DE AGRADECIMENTO:
A BH em Ciclo agradece a ao Nossa BH, INCC, Faculdade Arnaldo, Bike Anjo BH, Psicloativos, A Roda, Atelier Bicicine, Giro Rua, SOS Mata do Jardim América, Dizzy Express, Terça das Manas, BH Fixed, Bloco da Bicicletinha, Instituto Árvore, Estagiários Brass Band, Slam Clube da Luta, as expositores(as) da feirinha, palestrantes, BHTRANS que apoiou na logística da Rua Aberta, a Secretária de Meio Ambiente, que gentilmente trouxe as joaninhas, o Pomar BH, que doou algumas mudas de árvores para os participantes do festival, Maria Mourão pela roda de conversa sobre o filme, Daniel, pela exposição, a Canuto Cycle, representando as oficinas lojas de bicicleta que permitiram que colassemos os cartazes do Festival, todos os bares parceiros do primeiro quarteirão da avenida Brasil, Oratório, Brasil 41, Bar do Cláudio, o Amazônia passa Aqui, pelas imagens para o vídeo, aAs rádios inconfidência e Autêntica Favela pela divulgação, o grupo de Teatro O Confesso, que gentilmente nos cedeu o espaço arrumadinho, para realizarmos nossa roda de conversa sobre áudiovisual e bicicleta no sábado. Enfim, agradecemos a todas e todos que, à sua medida, apoiaram e fizeram o BH BiciFest 2023 ser possível!