A 1ª Cicloformação da BH em Ciclo trouxe um panorama da bicicleta na capital mineira e discutiu os desafios desse meio de transporte no contexto urbano
A bicicleta vem tomando conta da cena belo-horizontina e é cada vez mais comum ver ciclistas nas ruas, praças e parques. Foi para entender, socializar e refletir sobre esse contexto que a BH em Ciclo realizou, no último sábado, sua 1ª Cicloformação. O objetivo do evento foi conectar pessoas que promovam o uso da bicicleta na capital mineira e despertar o desejo dos participantes de se comprometerem com a ciclomobilidade em suas múltiplas formas.
O quintal da Amadoria se transformou em um bicicletário logo pela manhã, com a chegada dos participantes. O tema da primeira mesa foi “Políticas públicas”. O primeiro a falar foi Marcelo Cintra, da BHTrans, que tratou da inserção das bicicletas nos Planos de Mobilidade do governo e mostrou a importância de ousar. “A meta de Belo Horizonte é ter 6% de viagens feitas por bicicleta até 2030. Isso é o dobro da média do Brasil”, afirmou. Eveline Trevisan, também da BHTrans, falou em seguida sobre gestão compartilhada e sobre como as políticas públicas de mobilidade se tornam mais efetivas em dialogo com a sociedade civil organizada.
Depois foi a vez de Luciana de Assis, que comentou sobre a participação da população no GT Pedala BH, e de Cristiano Scarpelli, que falou sobre o programa de bicicletas compartilhadas, o Bike BH, e mostrou a importância do monitoramento do programa pela sociedade civil para a sua consolidação.
A segunda mesa teve como tema “Ocupação visual e territorial do espaço público” e trouxe pessoas envolvidas em movimentos que promovem a bicicleta de diferentes formas. Raul Sampaio mostrou como o seu trabalho na galeria Quarto Amado busca inserir a magrela em diversas ações artísticas, estéticas e educativas. Morgana Rissinger falou sobre a Cicloexpedição, que apresenta Belo Horizonte aos seus próprios cidadãos em cima de duas rodas e promove, assim, uma ocupação visual da cidade por meio de pedaladas. Carlos Edward trouxe para o evento um pouco sobre o Bike Anjo, rede de ciclistas que ensina pessoas a pedalar e, assim, transforma a bicicleta em um instrumento de independência. Algumas lágrimas escorreram durante os depoimentos do vídeo!
Depois do almoço, foi a vez do Pecha Kucha, momento em que pessoas se apresentaram: teve desde entregadores de mercadoria até blocos de carnaval em cima de duas rodas. Logo depois, Lucas Bezerra, do Dizzy Express, conduziu uma metodologia em que os participantes tiveram que propor ações/projetos para incentivar a ciclomobilidade. Os grupos criaram projetos para estimular o contato entre ciclistas, aplicativos de troca de experiências e ações de conscientização da importância da bicicleta para uma cidade mais sustentável.
Por fim, aconteceu uma mesa sobre Gênero e Bicicleta com o objetivo de conversar sobre o tema, compartilhar experiências, dar dicas e, claro, ajudar a transformar a cidade em um espaço mais inclusivo. Jéssica de Almeida foi a mediadora da mesa, que trouxe Barbara Deister, da Massa crítica feminista, Clarice Lacerda, do Bicimanas, Janaína Rochido, ciclista urbana e de trilhas, Leticia Bortolon, do GT de Gênero da UCB – União de Ciclistas do Brasil, Naiara Campos, do Bike Polo, e Daniel Neves, do Ciclovida de Fortaleza.
O debate mostrou as dificuldades que as mulheres enfrentam para pedalar e a necessidade de reafirmarem sua posição como ciclistas o tempo todo, a despeito da cultura do assédio e de que “mulher é ruim de roda”. As palavras de incentivo, porém, dão força para continuar: “tenho ouvido muitas coisas boas, palavras de incentivo, e um número cada vez mais de mulheres pedalando”, afirmou Clarice.
Ficou claro que existe um motivo para que as ruas de Belo Horizonte tenham cada dia mais ciclistas: além de sustentável, econômico e prático, andar de bicicleta é divertido!
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