Você sabe o que aconteceu no dia 12 de abril de 2018? Provavelmente, milhões de coisas, mas há uma que pode lhe interessar. Ou pelo menos nos interessou. A Assembleia Geral da ONU – Organização das Nações Unidas – por meio da Resolução A/RES/72/272, instituiu o dia 3 de junho como Dia Mundial da Bicicleta, reconhecendo a singularidade, a longevidade e versatilidade da magrela. Ou seja, hoje, 3 de junho de 2018, é o primeiro Dia Mundial da Bicicleta celebrado mundialmente. Talvez, celebrado ainda não seja o termo correto a ser usado em nosso país e tampouco em nossas cidades, mas é um dia a ser lembrado. Mais um dia de luta. Nossa luta por cidades mais humanas, mais democráticas. Mais vivas.

Em uso há dois séculos, a bicicleta foi alçada a ter um dia mundial pela ONU por ser um meio de transporte sustentável, simples, acessível, confiável, limpo e ambientalmente adequado, que promove a saúde pública e também a de cada indivíduos que a utiliza com regularidade.

Você pode até pensar que quem concedeu tal título àquele ‘objetinho’ de alumínio, ferro, cromoly e plástico foi um monte de ambientalista eco qualquer coisa, né? Não. Foram os mais de 180 Estados (países) que fazem parte do Sistema ONU. Ou seja, países que promovem a bicicleta como política de saúde, tais como Dinamarca e Holanda, até países que não fazem quase nada para as bicis, tais como Estados Unidos e o próprio Brasil, passando por países intermediários (França, Espanha, Inglaterra, México, Argentina, etc).

A bicicleta foi agraciada a ter tal data por ser ser, sim, um objeto, mas com enorme capacidade de promover o desenvolvimento sustentável, fortalecer a educação, inclusive a educação física, especialmente para crianças e jovens, promover saúde, prevenir doenças, promover a tolerância, compreender e respeitar o espaço de cada um e facilitar a inclusão social. A cultura de paz e da vida.

Com o Dia Mundial da Bicicleta, a ONU pretende:

Encorajar os Estados-Membros (países) a dedicarem uma atenção particular à bicicleta nas estratégias transversais de desenvolvimento, incluindo aí a conexão das bicicletas com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, e a incluir a bicicleta nas políticas e programas de desenvolvimento internacionais, regionais, nacionais e subnacionais;
Encorajar os Estados-Membros (países) a melhorar a segurança rodoviária e a integrá-la na mobilidade sustentável e no planeamento e concepção de infraestruturas de transportes, nomeadamente através de políticas e medidas que protejam e promovam ativamente a segurança de pedestres e ciclistas, tendo em vista a obtenção de resultados mais abrangentes;
Incentivar as partes interessadas a enfatizar e promover o uso da bicicleta como meio de promover o desenvolvimento sustentável, fortalecendo a educação, incluindo educação física, para crianças e jovens, promovendo saúde, prevenindo doenças, promovendo tolerância, compreensão e respeito mútuos e facilitando a inclusão social. uma cultura de paz;
Incentivar os Estados Membros a adotarem as melhores práticas e meios para promover a bicicleta entre todos os membros da sociedade e, a esse respeito, acolhef iniciativas para organizar passeios de bicicleta em nível nacional e local como meio de fortalecer a saúde física e mental e o bem-estar. uma cultura de ciclismo na sociedade.

Por que acreditar na bicicleta em Belo Horizonte ou qualquer cidade do Brasil? Já demos algumas respostas e elencamos outras
A bicicleta é um meio de transporte sustentável, simples, acessível, confiável, limpo e ecologicamente correto. Isso tudo ajuda a mudar o quadro atual das nossas cidades insustentáveis, complexas, inacessíveis, pouco confiáveis, poluídas pelos combustíveis jogados em nossas caras por carros e motos, poluídas pelos ruídos enormes gerados o tempo todo por motores que não respeitam limites de poluição sonora, cidades que contribuem, e muito, para a emissão de gases de efeito estufa no planeta terra. Ela é uma aliada do nosso clima, em mudança por conta das ações humanas.

A bicicleta pode servir como uma ferramenta para um outro desenvolvimento urbano, menos pautado no combustível fóssil, e como meio não apenas de transporte, possibilitando também o acesso à educação, especialmente em áreas rurais, à saúde e ao esporte – fundamentais em sociedades doentes, sedentárias e pouco ativas;

A sinergia entre a bicicleta e as pessoas estimula a criatividade e o engajamento social e nos dá uma consciência imediata do ambiente local, da cidade, da nossa sociedade.

A bicicleta perpassa crises, seja ela do petróleo ou da indústria automobilística, desastres ambientais como o terremoto do México em 2017, pela sua simplicidade e autonomia. No momento em que boa parte do enfoque brasileiro está ainda na greve dos caminhoneiros e o impacto dela na vida e na sociedade brasileira, uma data comemorativa como essa, com tantas razões para se refletir sobre, nos dá mais fôlego para refletir sobre que sociedade é essa tão dependente do petróleo para deslocamentos curtos e individuais nós vivemos.

E, como nós já sabíamos de tudo em BH, só podemos dizer, novamente e novamente: #EuQueroPlanBici e #BHPedala! #June3WorldBicycleDay

PS: por fim, em ano eleitoral – se houver eleições – ganhamos todas nós um aliado para promover a bicicleta nas agendas políticas: um Dia Mundial da Bicicleta. Celebramos, pois, a luta cotidiana.